ARQUIVO 16 - PERGUNTAS E RESPOSTAS DE JULHO A SETEMBRO 2001
Este foro é aberto ao público. Todos são convidados a perguntar, questionar, divergir, opinar, ou esclarecer. Mande suas consultas e opiniões para um dos endereços abaixo e nós responderemos com a maior brevidade possível. As mensagens de interesse geral, juntamente com as respostas, serão publicadas com o nome do autor. Consultas em inglês serão respondidas em inglês; consultas em português serão respondidas em português. Respostas já publicadas podem sofrer revisões.
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Prezado Fernando,
Seu dilema é muito comum e revelador do grande erro no ensino de línguas. O que estão fazendo com você é equivalente a ensinar técnicas avançadas de direção, pelo manual, a pessoas que nunca sentaram à direção de um carro. Prova de que isso é uma absoluta perda de tempo é o fato de que, se você perguntar a um falante nativo de inglês, que naturalmente tem pleno domínio da língua, o que são phrasal verbs e pedir que liste os principais, este provavelmente lhe dirá que não sabe do que você está falando. Faça a sugestão a seus professores de inglês, que visitem o nosso site e entrem em contato conosco para trocarmos algumas ideias a respeito do ensino de inglês.
Sobre os exames internacionais de proficiência, leia nossa página TOEFL, TOEIC, IELTS e CPE.
Atenciosamente,
Ricardo - EMB
Prezada Viviane,
Obrigado por sua participação.
Não sabemos lhe indicar mais bibliografia além daquela que você encontra em nosso site. Sugerimos a leitura de nossa página A Idade e o Aprendizado de Línguas, bem como de uma série de perguntas e respostas sobre o tema, as quais você encontra no índice desta seção de perguntas.
Não há dúvida que existe uma idade crítica, a partir da qual o aprendizado começa a ficar mais difícil e o teto começa a baixar. Essa idade crítica parece se situar entre os 12 e os 15 anos, podendo entretanto variar muito conforme a pessoa ou as características do ambiente linguístico. No nosso caso (brasileiros que vivem no Brasil), onde ambientes autênticos de língua e cultura estrangeira são raros, eu diria que não se trata tanto de idade, mas sim de oportunidade. De nada adiantaria colocar a criança cedo em contato com uma língua estrangeira se o modelo oferecido fosse caracterizado por desvios e ausência de elementos culturais.
Atenciosamente,
Ricardo - EMB
Prezada Imer,
Nas páginas do site English Made in Brazil, você não aprende inglês. Você aprende como aprender inglês. Nós apenas lhe apontamos o caminho.
Dificilmente alguém aprende a falar uma língua estrangeira com fitas, videocassetes, CD-ROMs ou pela Internet. Para isso você precisa de contato com pessoas que falam a língua que você quer aprender.
Agora, se você já fala inglês parcialmente e quer desenvolver conhecimento linguístico, gramatical sobre o idioma, leia nossas páginas.
Atenciosamente,
Ricardo - EMB
Prezada Silvana,
Sua dificuldade com a pronúncia do inglês pode estar relacionada a uma acuidade auditiva reduzida. Você já fez uma avaliação audiométrica? É um exame de audição feita por fonoaudiólogos, que determina exatamente o quanto você ouve, assim como um exame de oculista avalia sua visão.
Sua dificuldade pode também estar simplesmente relacionada a uma abordagem que enfatiza o conhecimento a respeito da língua, em detrimento da habilidade comunicativa. Você fala que "estuda" inglês há mais de 6 anos. Este estudo inclui muita prática em situações reais de comunicação? As pessoas com que você interage são falantes nativos de inglês?
Além de avaliar sua audição e de buscar contato com a língua em ambientes próprios, você deve adquirir noções de fonologia. Estude principalmente os fonemas vogais do inglês comparados aos de sua língua materna e tome consciência da falta de correlação entre ortografia e pronúncia. Veja também As Vogais do Inglês e todas nossas demais páginas sobre pronúncia.
Atenciosamente,
Ricardo - EMB
Prezada Nádia e Aysha,
O problema que vocês relataram é comum e previsível com alunos iniciantes. É um caso típico de "overgeneralization", em que o aluno assimila uma forma e usa-a indiscriminadamente por falta de familiaridade com outras formas. Decorre normalmente de um trabalho atrelado a um plano didático que pratica excessivamente uma determinada estrutura, deixando outras estruturas "para a próxima lição" ou "para o próximo livro".
Do ponto de vista fonético, nas frases afirmativas, a presença ou não do verbo to be é quase imperceptível aos ouvidos do aluno principiante que está acostumado com a clara sinalização fonética da presença de qualquer verbo em português. Obviamente, a função gramatical de um verbo numa frase é preponderante. Portanto, se faltar onde deveria estar, ou se ocorrer quando não deveria, o erro é grosseiro.
O aluno com este tipo de dificuldade deve treinar o ouvido e a pronúncia, até acostumar-se a perceber a grande diferença funcional deste pequeno detalhe fonético. Vocês podem criar exercícios orais de substituição específicos para resolver esse problema, e adotar como prática na escola de vocês, mais contato com a linguagem natural, que ocorre em situações reais de comunicação, mesmo para alunos iniciantes.
Atenciosamente,
Ricardo - EMB
Dear Leo,
You can interpret it in different ways.1) Quirk et al. give the following explanation:
When nouns have the same spoken and written form in both singular and plural, the plural form is called 'zero plural'. Quantitative nouns like dozen, hundred, thousand, and million have zero plurals when they are premodified by another quantitative word. Ex:three dozen glasses
two hundred people
many thousand times
several million inhabitantsMillion can take plural -s if no noun head follows:
They want a few hundred
They want ten thousand
They want several million(s)The plural form is normally used with all four nouns when an of-phrase follows, with or without a preceding indefinite quantitative word:
(many) dozens of glasses
(many) hundreds of people
(several) thousands of spectators
(a few) millions of inhabitantsBut the exceptional use of the zero form is common enough:
a few million of us
several hundred of them2) There is another simpler way to explain the occurrence or not of the plural form with numeral words:
In four hundred dollars, "hundred" is functioning as an adjective, and adjectives are invariable. Compare:four hundred dollars - four beautiful houses
The occurrence of the preposition of between the numeral and the following noun, makes the numeral stand as a noun. Compare:
four hundreds of dollars - four tables of wood
Numerals can also stand as nouns even when no of-phrase follows but is implied, as you say:
millions are starving
You'll find more about the use of nouns as adjectives in the grammar section of the table of contents of these questions and answers.
I can tell by your question that you believe more in learning than in acquisition (see Acquisition x Learning).
You must face the fact however that, if you know how to use the word in most of the situations without knowing what the rule is, it demonstrates that proficiency is not learned but acquired. Therefore, the recipe that has worked for you is the one you should prescribe to your students.
Regards,
Ricardo - EMB
Prezada Elsa,
Tanto o verbo congratulate quanto a expressão congratulations usarão a preposição "on" para fazerem a transição ao complemento. Entretanto, se este complemento for um verbo substantivado ...ing, a preposição preferencialmente usada por falantes nativos norte-americanos é "for".
Ex: Congratulations on your promotion. / Congratulations for doing such a nice job.
Portanto, seu professor está certo.
Atenciosamente,
Ricardo, Nicole (New York), Stacy (Massachusetts) - EMB
Prezada Patrícia,
Se alfabetização para você significa oferecer às crianças contato predominantemente com textos, ou palavras na sua forma ortográfica, seria contraproducente, pois a criança assimilaria desvios devido à baixa correlação entre a ortografia e a pronúncia do inglês. Entretanto, se for oferecido predominantemente contato com a língua na sua forma oral, em situaçãoes reais de comunicação e convívio, ou seja, se a comunicação com a criança for na língua estrangeira e, esta, falada sem desvios, será extremamente positivo para o desenvolvimento da familiaridade da criança com a língua. Veja mais sobre esse tema em O Aprendizado de Línguas pelas Crianças.
Atenciosamente,
Ricardo - EMB
Prezado Anderson,
Se você ainda não fala inglês fluentemente e se seu objetivo não for apenas arranjar um diploma, nem aprender literatura, e se este curso universitário não garantir que você só entra ou só sai dele se, além do conhecimento que vai adquirir, falar bem inglês, é melhor nem começar. Não alimente a esperança de que, além do diploma, vai sair falando inglês fluentemente e sem desvios. O próprio conhecimento metalinguístico que você vai adquirir ficará limitado e comprometido pelo fato de você não dispor da habilidade sobre a língua. Leia mais sobre isso em Deficiências do ensino de inglês no Brasil.
Também duvido que consiga realizar seu objetivo frequentando cursinhos atrelados a uma receita pronta de livros e fitas.
Você tem certeza que não tem condições de viver uma temporada no exterior? Muita gente tem feito isso, seja através de estágios, cursos de inglês de baixo custo, etc. Na Inglaterra, por exemplo, se você estiver regularmente matriculado numa escola de inglês, pode também obter uma permissão de trabalho temporário.
Na cidade onde você mora não existe nenhum programa que ofereça ambientes multiculturais de convívio, onde você possa ter contato com falantes nativos? Sobre isso, leia nossa página Como escolher um bom programa de inglês.
Indiscutivelmente, fluência (sem desvios) na língua estrangeira é pré-requisito para um professor de inglês. Características de personalidade apropriadas e formação acadêmica seriam as qualificações complementares. Você encontrará mais informações sobre as qualidades de um bom professor na mesma página.
Atenciosamente, Ricardo - EMB
Prezada Dida,
Obrigado por sua participação e por suas palavras elogiosas.
Sobre o desenvolvimento da habilidade com a língua falada, não há dúvida de que a melhor maneira é a imersão total em ambiente da língua. Atualmente, a alternativa mais econômica é o Canadá. Além disso, você pode procurar falantes nativos em sua cidade para manter contato com a língua.
Sobre a relevância dos nossos materiais de ensino, sabemos que eles são úteis a quem se interessa em adquirir conhecimento sobre o fenômeno da língua inglesa. Não se esqueça, entretanto, que desenvolver habilidade sobre uma língua e adquirir conhecimento sobre a estrutura da mesma, são duas coisas diferentes. Com certeza, o que a maioria precisa, é desenvolver a habilidade comunicativa em inglês. Habilidade, aliás, que cursos superiores de Letras deveriam proporcionar. Sobre isso, leia Uma Deficiência de nosso Ensino Superior.
Sobre o nome English Made in Brazil, ele surgiu de um comentário feito pelo Prof. Dave Sperling em 1996, quando o EMB foi colocado no ar. O Dave provavelmente achou paradoxal o fato de num país latino-americano de língua portuguesa estar se produzindo conceitos e materiais sobre o ensino de inglês em sintonia com o que se estuda nos departamentos de linguística aplicada nos EUA.
Nós, entretanto, encontramos no nome um sentido de orgulho por podermos mostrar que aqui também se produz conhecimento. Além disso, se você ler nossas páginas O Papel da Escola e O Papel do Governo, verá que demonstramos ser fácil produzir inglês no Brasil através da criação de centros de convívio e de intercâmbio cultural dentro de escolas brasileiras para que não seja necessário ir ao exterior, colocando ao alcance de muitos aquilo que hoje é privilégio de poucos, e fazendo todos então jus ao nome English Made in Brazil.
Atenciosamente,
Ricardo - EMB
Prezada Priscila,
Língua é essencialmente fruto de interação humana. Portanto, nunca é auto, mas sempre inter. A substituição de uma das partes da interação por uma máquina descaracterizará o ato na sua natureza.
A pessoa pode praticar e desenvolver a habilidade de compreensão oral (listening) através de materiais gravados ou TV. É isto inclusive que a metodologia audiolinguística dos anos 60 e ainda hoje inspiradora da maioria dos cursinhos preconiza. Esta forma de contato e de exercício com a língua, entretanto, carece do elemento criativo, parte fundamental do ato comunicativo. É uma via de mão única que serve apenas como complemento esporádico.
A eficácia de um esforço complementar com materiais gravados dependerá significativamente do grau de interesse para o aluno da informação contida na gravação. Por exemplo, se alguém que aprecia literatura norte-americana e já leu a obra "Grapes of Wrath" de Steinbeck tendo apreciado-a profundamente, se dedicar a escutar a versão gravada do livro, terá um alto grau de motivação e aproveitamento.
Não sabemos lhe indicar bibliografia sobre o assunto nem sites na internet, mas sugiro que você pesquise o método audiolingual.
Atenciosamente,
Ricardo - EMB
Prezada Graziela,
Você está tendo dificuldades porque não nunca teve contato suficiente com a língua falada para desenvolver um pouco de familiaridade com a mesma. Mesmo que lhe explicássemos o funcionamento dos verbos auxiliares, você continuaria encontrando dificuldades de outro tipo qualquer.
Não se esqueça que acumular conhecimento memorizado sobre a estrutura gramatical de uma língua e adquirir habilidade comunicativa sobre essa língua na sua forma falada, são duas coisas diferentes. A habilidade não depende do conhecimento, mas este sim, depende muito de familiaridade com a língua, senão torna-se extremamente frustrante.
Sua escola parece estar fazendo o contrário do que deveria fazer.
Se você quiser saber mais sobre isso, leia Assimilação Natural x Estudo Formal e O Papel da Escola na Erradicação do Monolinguismo.
Boa sorte em seus estudos.
Atenciosamente,
Ricardo - EMB
Prezado Erlon,
Obrigado por sua participação e desculpe a demora em responder.
O CPE é apenas um exame de avaliação de proficiência, o qual se propõe unicamente a medir o nível de competência do aluno no momento em que os testes forem aplicados. Não é um certificado de qualificação profissional.
Em segundo lugar, caso fosse reconhecido pelo MEC, na nossa opinião isso não representaria grande mérito a julgar pelo que se vê naquelas áreas em que existe a interferência do MEC. Exemplo disso são muitos dos egressos de cursos de Letras, com diplomas de professores de inglês reconhecidos pelo MEC, que sequer falam a língua sem evidentes desvios. Veja mais sobre isso em Deficiências do ensino de inglês no Brasil.
Em terceiro lugar, para se tornar um bom professor, você não dependerá de certificados, reconhecidos ou não por autoridades, mas sim de proficiência na língua e na cultura, de qualidades de personalidade e, se possível, também de uma boa formação acadêmica na área da linguística aplicada.
Leia O que é um bom instrutor de língua estrangeira.
Atenciosamente,
Ricardo - EMB
Muito obrigado por responder meu e-mail.
O motivo pelo qual tenho me esmerado em responder a meu aluno é
o fato de que, em português, há uma explicação
para Santo e São. Santo é usado antes de nomes que começam
com vogal (Santo Antônio, Santo André...) enquanto São
é usado antes de nomes que começam com consoantes (São
Pedro, São José...). Porém, em inglês, não
consegui encontrar uma explicação semelhante.
Seria possível que San Francisco ou San Diego sejam nomes hispânicos
enquanto Saint seja a palavra em inglês?
Muito obrigado por sua atenção e ajuda!
Augusto Ferreira
- Você provavelmente está correto. Entretanto, no caso do português, aqui no Rio Grande do Sul tem uma cidade chamada Santo Cristo, só para não deixar sua regra sem exceção.
- Nós é que agradecemos pela colaboração.
- Ricardo - EMB
A motivação é uma força interior propulsora, de importância decisiva. Assim como o aprendizado em geral, o ato de se aprender línguas é ativo e não passivo. Não se trata de se submeter a um tratamento, mas sim de construir uma habilidade. Não é o professor que ensina; é o aluno que aprende. Por isso, a motivação do aprendiz é um elemento chave.
Motivação está ligada ao desejo de se satisfazer necessidades. Uma das necessidades que buscamos satisfazer (principalmente crianças, adolescentes e jovens adultos) é a necessidade de se explorar o desconhecido. Portanto, o ambiente de aprendizado da língua deve estar autenticado pela marca da cultura estrangeira.
Mapas, fotografias, filmes e música podem ajudar, mas nada substitui a pessoa estrangeira. O falante nativo é a personificação da língua e da cultura estrangeira, e por isso forte fator estimulador da motivação. O contato intercultural mostra ao aprendiz a funcionalidade da língua e leva-o a se identificar com a cultura estrangeira e a desejar integrar-se a ela, produzindo, como consequência, o desejo de imitar, de pensar e falar igual.
Desmotivação, por outro lado, é a ausência de desafio e de motivo espontâneo, frequentemente agravada pela frustração de não se ter alcançado proficiência através do estudo formal ou pelo insucesso em sistemas de avaliação (exames, notas, etc.). Experiências anteriores de resultados negativos, podem desencorajar o aluno de uma nova tentativa. Também aquele que não se identifica com a cultura estrangeira, - ou que às vezes até a despreza, - normalmente por falta de informação a respeito da mesma, estará desmotivado a aprender sua língua. Este é um problema frequentemente observado em salas de aula que enfatizam language learning em vez de language acquisition.
Prezada Maria Angélica,
O fato de o inglês ter sido "coroado" como língua do mundo é circunstancial e não por mérito, embora seja possível identificar-se características positivas no inglês. É notória, por exemplo, a baixa tolerância no inglês para com o distanciamento do texto em relação aos fatos a que se refere, quando comparado ao português. A clareza e a objetividade daí resultantes, que caracterizam as culturas de língua inglesa, são sem dúvida um ponto a favor. Veja mais sobre isso em Contrastes de Redação e Como Redigir.
Você tem razão em dizer que o acesso a outras culturas se dá através do idioma das mesmas. É fato incontroverso que língua e cultura são duas faces de uma mesma moeda. Portanto, é natural que os norte-americanos também tenham interesse em línguas e culturas estrangeiras - e isto é alentador, - o que não diminui entretanto a necessidade de uma língua comum entre os povos. O combate ao monolinguismo através do aprendizado de uma língua de abrangência internacional não significa neglicenciar o estudo das demais. O espaço para outros idiomas continua aberto. Num primeiro passo, vamos dar combate ao monolinguismo, em seguida, rumo ao multilinguismo.
Se a China já está exportando seus produtos para a Rússia, para o Brasil e para a Etiópia, isso significa que as negociações, naturalmente feitas em inglês, tiveram êxito. Podemos inferir daí que dificilmente exportadores chineses virão a exigir futuramente que as negociações sejam feitas em mandarim.
O exemplo da China, a propósito, ilustra bem o que o mundo hoje vivencia. Na verdade, falam-se pelo menos oito idiomas na China, tão diferentes entre si quanto as diferenças entre as línguas latinas de hoje. A necessidade de comunicação que surgiu com a unificação política das nações que compõem a China acabou por "eleger" o mandarim como língua nacional. Entretanto, em consequência da abertura da China e de seus interesses comerciais com o resto do mundo, estatísticas hoje mostram um número de chineses estudando inglês superior à população dos Estados Unidos.
Aqui se torna importante entendermos que línguas e culturas não têm dono nem são regulamentadas. A adoção de um ou outro idioma não se dá por ser um melhor do que o outro, nem por imposição de governo, mas sim pela praticidade que a medida oferece. Não são "eles" que determinam, mas nós que optamos e quanto antes conseguirmos expressar nossos pontos de vista em linguagem convincente no idioma da maioria, tanto melhor nossa chance de sermos ouvidos e combatermos posturas conservadoras, protecionistas, dominadoras, discriminadoras e xenófobas.
A respeito do papel do inglês no mundo, não estamos fazendo uma projeção nem jogando com pressupostos para induzir opiniões; estamos constatando um fato já existente. Por exemplo, conforme David Crystal, English as a Global Language,
Mas, se além de constatarmos o fato, quisermos especular o futuro e fazer uma projeção, temos que primeiramente considerar que à época do latim, por exemplo, a realidade do mundo não era a mesma de hoje. Enquanto que naquela época as legiões romanas atravessavam a Europa a cavalo e a pé, praticamente todos eram analfabetos e não havia material impresso, nós hoje compramos, vendemos, investimos recursos financeiros e acompanhamos o desenvolvimento científico do mundo pela Internet, sem sair de casa. Portanto, qualquer comparação com o latim fica prejudicada. Se a adoção do inglês ou de uma variedade de inglês que ainda venha a se desenvolver, como língua comum entre os povos virá a prevalecer ou não, o tempo dirá.
Aqui, no plano das conjecturas, me parece importante fazer uma análise diacrônica e refletir sobre a possibilidade de convergência no movimento de evolução inerente a todas as línguas. O mundo antigo se caracterizou pelo desenvolvimento divergente das culturas humanas resultado de aumento populacional, dificuldade de locomoção, inexistência de imprensa até o século 15 e inexistência de telecomunicações.
O mundo moderno entretanto, a partir das revoluções industrial e tecnológica, nesta virada de século, já começa a mostrar uma forte tendência convergente. À medida em que bilinguismo se tornar uma realidade comum por força da globalização do mundo, começará a ocorrer inconsciente e inevitavelmente uma convergência na forma de estruturar o pensamento, isto é, as línguas das comunidades locais começarão a se transformar de maneira a ficarem mais parecidas com a língua da comunidade global, ao mesmo tempo em que essa irá incorporar elementos das demais culturas, numa gradual mas inexorável neutralização de diferenças. Dessa simbiose multicultural poderá emergir uma linguagem internacional única, mais uma vez não por imposição de governo, mas sim por evolução natural.
Mande suas consultas para um dos endereços abaixo e nós responderemos com a maior brevidade possível. As perguntas interessantes, juntamente com as respostas, serão publicadas com o nome do autor.
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