ARQUIVO 25 - PERGUNTAS E RESPOSTAS DE JANEIRO A JUNHO 2004
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Dear F.A.Ricardo,
One reason for the spelling difficulties and frequent mistakes in English is its low correlation between pronunciation and spelling. Of all the languages known, English is probably the one with the worst spelling-to-sound correlation. Mazurkiewicz offers an interesting comment on the subject:As a result, not only is the pronunciation of English difficult for foreign students of ESL, but also the English spelling becomes a real problem for all the English native speakers, especially for the young people attending Elementary School. The spelling bee, a popular competition in which two sides contest in accuracy of spelling, well demonstrates the problem. These contests are part of the culture only in English-speaking countries, where they reach national coverage and attention."Comparing languages on their grapheme-phoneme correspondences, Spanish, Finnish and Italian are found to be almost wholly phonetic (good correlation between spelling and pronunciation), whereas German is 90 percent phonetic and Russian 94 percent phonetic. Italian, for example, has 27 phonemes and 28 letters or combination of letters used to represent them. By dividing 27 by 28, Italian is seen to be 96 percent phonetic. But what of English? The tables of common English spellings found in many unabridged dictionaries show that as many as 340 to 360 spellings are listed for the 44 phonemes these dictionaries typically use; the result suggests that English is 12 to 13 percent phonetic."
(MAZURKIEWICZ, Albert J. Teaching About Phonics. New York: St. Martin's, 1976. Page 21)
See here more about English spelling and pronunciation.
Ricardo - EMB
Prezada Ana,
Embora phrasal verbs representem uma característica forte da língua inglesa e locuções idiomáticas sejam de alta ocorrência na linguagem diária, não acredito que o estudo isolado desses elementos possa produzir uma diferença decisiva na proficiência do aprendiz. Na minha opinião, esses elementos da língua, como muitos outros, são naturalmente assimilados na medida em que o aprendiz desenvolve familiaridade com a língua em situações reais. Entretanto, um esforço especificamente voltado a algumas das mais freqüentes locuções idiomáticas, bem como aos mais freqüentes phrasal verbs, pode ser útil se ocorrer como complemento paralelo à exposição do aprendiz à língua em situações reais. Especialmente no ambiente artificial de uma sala de aula, atividades voltadas a idioms e phrasal verbs são de muito maior utilidade do que atividades voltadas a pontos gramaticais.
Atenciosamente, Ricardo - EMB
Prezado Luciano,
Sabe-se que é difícil para quem ainda não fala a língua estrangeira, avaliar a qualidade do que lhe é oferecido. É comum o aluno levar dois anos ou mais para se dar conta de que o método não deu resultado. É só o tempo que revela a ineficácia e, muitas vezes, o aluno frustrado, num ato de humildade, prefere até imaginar que possa haver uma deficiência consigo próprio. Quer dizer, além do tempo e do dinheiro, acaba perdendo até um pouco de sua auto-estima. Para ilustrar o que estamos dizendo, veja a mensagem que recebemos há uns tempos atrás de Mauro H Bonella de Caxias do Sul:--------------------------------------------------------------------------
Dear sirs,
Sometimes ago I could make any tests in the few schools
to know what`s the better course to learn english faster
and better, then I decided choose the W....d school because
it methods was most interesting, today I finished the book
five and they promisses was that I`ll have a good fluency
in the english, but I`m not sure about it.
So, I`m writing for you because I would like to continue my
english learning but, I need to choose other school to get
faster the fluency. I live in the Caxias do Sul-RS, please
if you know any one that could help me, send me the titles.
Thanks,
Mauro H. Bonella
---------------------------------------------------------------------------É certo que não conhecemos o desempenho oral do Sr. Bonella, mas podemos facilmente imaginar, a julgar pelo texto acima, que fica longe do que ele esperava alcançar em 2 anos e meio, e muito longe do que havia sido a ele prometido.
Portanto, permita-me aqui questionar a felicidade de sua escolha como tema de pesquisa. Analisar o consumidor de curso de línguas, seja quanto à sua dedicação, quanto ao seu desenvolvimento ou quanto à sua opinião pessoal, não lhe proporcionará conclusões importantes. Ainda mais quando você vai analisar consumidores de apenas um curso, que utiliza uma mesma receita didática para todos.
Atenciosamente, Ricardo - EMB
Prezado Alexandre,
Pouco adiantaria, por exemplo, a pessoa embarcar com uma turma de brasileiros para fazer um determinado curso de inglês no exterior. Todos teriam apenas um agradável convívio num ambiente marcado pela língua e pela cultura brasileira.
Os fatores determinantes não são propriamente o exterior, muito menos qualquer curso que tenha sido feito no exterior, mas sim o convívio humano em ambientes da cultura estrangeira e as situações reais de interação que dele decorrem.Também comprometeria o resultado a pessoa viajar na companhia do melhor amigo, do namorado ou do cônjuge. Estariam transferindo seu microambiente (com a impermeabilidade que lhe é característica) de língua e valores culturais, onde um oferece apoio ao outro na percepção e análise naturalmente tendenciosa dos novos valores observados, aumentando a rejeição e diminuindo a assimilação. Acabaria assim seriamente comprometido o principal motivo da viagem: a assimilação da língua e da cultura estrangeira.
No caso do indiano e provavelmente do egípcio também, eles devem ter aprendido inglês em seus países de origem. Muita gente na Índia e no Paquistão, ex-colônias britânicas, fala inglês, porém um dialeto caracterizado por uma forte interferência fonética de suas línguas nativas. Mesmo Britânicos e Americanos têm dificuldade para entendê-los. Então eles emigram para a Inglaterra, já com esses desvios fossilizados. Isso nos lembra do ditado: "Pau que nasce torto, morre torto". Ou seja, língua estrangeira aprendida com modelos de pronúncia não nativos, ficam com os desvios cristalizados, muito difíceis de corrigir, posteriormente.
É sabido também que em famílias de imigrantes nos EUA e na Inglaterra, sempre há aqueles que não se identificam com a cultura e que preferem o convívio junto de seus familiares e conterrâneos. Normalmente são os membros mais idosos da família, os quais desenvolvem a proficiência mínima necessária e podem continuar tendo dificuldade com inglês mesmo depois de vários anos.
Atenciosamente, Ricardo - EMB
Prezada Bernadete,
Assim como não se aprende a nadar sem ter contato com a água, não se aprende a falar línguas estrangeiras sem ter contato com elas. Não se esqueça que línguas são fundamentalmente fenômenos orais e que portanto é com os ouvidos e não com os olhos que as aprendemos.CERTIFICADOS
Quanto a certificados, permita-me lembrar-lhe, em primeiro lugar, que a importância dada a um certificado é proveniente do velho culto ao documento como instrumento de comprovação e não passa de um vício da nossa cultura brasileira, herdado da aristocracia cartorial colonialista. Não se deixe influenciar muito por isso. O que vale mesmo, no caso de línguas, é a habilidade adquirida e demonstrada. Ninguém vai fazer questão de ver seu certificado.
Quanto ao suposto reconhecimento de tais "certificados", saiba que cursos de línguas são classificados como "cursos livres" pelo Ministério da Educação, não estando sujeitos a qualquer tipo de controle nem de reconhecimento. Tampouco as secretarias estaduais regulamentam cursos livres. Você pode ensinar inglês assim como pode ensinar informática ou karatê. Por um lado, isso pode parecer ruim, pois permite a proliferação dos cursinhos mercantilistas que estão por aí. Por outro lado, qualquer tipo de regulamentação acabaria entrando no tráfico de influências e servindo apenas para beneficiar os interesses dos mais fortes em detrimento dos competentes. Portanto, talvez devamos dar graças a Deus por tudo estar como está e confiar no discernimento do público na hora de escolher um curso de inglês.
Em segundo lugar, mesmo que cursos de línguas fossem reconhecidos pelo Ministério, a julgar pela ineficácia do ensino de inglês no ensino médio e pela deficiente formação de professores de línguas nos cursos de letras, responsabilidades estas de secretarias e ministério, eu até preferiria não ter tal reconhecimento. Em outras palavras: quem é o Ministério de Educação brasileiro para reconhecer competência no ensino de línguas estrangeiras se nem ele é competente nisso?
Finalmente, vamos imaginar que o Ministério realmente tivesse competência para avaliar e reconhecer a qualidade de escolas de línguas, esse reconhecimento, para ser sério, teria que levar em consideração (com peso máximo) o único elemento importante: a qualificação (proficiência) do professor; qualificação esta que é da pessoa, intransferível ao nome do curso.
Atenciosamente, Ricardo - EMB
Prezado Fonseca,
Monotransitive, ditransitive, e complex transitive são subclassificações dos transitive verbs.
Monotransitive are transitive verbs that take only one object. Ex: He studied the lesson.
Ditransitive are transitive verbs that take two objects. Ex: Give a cat a funny name.
Complex transitive are transitive verbs that take an object and a complement. Ex: Paint the wall white.Na minha opinião, trata-se de um conhecimento inútil e revela despreparo dos responsáveis pela elaboração do concurso.
Atenciosamente, Ricardo - EMB
Prezada Maria Helena,
Infelizmente são poucas as opções no Brasil de programas que ofereçam ambientes autênticos de língua e cultura estrangeira onde pudesse ser implementada a abordagem proposta por Krashen. Isso deve-se a dois fatores:
- Falta de visão de nossas lideranças acadêmicas responsáveis pelos cursos de Letras (veja mais sobre isso em http://www.sk.com.br/sk-defi.html).
- Falta de visão de nossas autoridades burocráticas que dificultam a vinda de estrangeiros ao país (veja mais sobre isso em https://www.sk.com.br/sk-gover.html).
Embora não sirva para você, mas apenas para ilustrar, um exemplo perfeito de ambiente de língua e cultura estrangeira no Brasil são as escolas internacionais de ensino fundamental e médio. Nessas escolas o corpo docente é composto de professores estrangeiros e brasileiros e a grade curricular atende os requisitos da política educacional brasileira bem como da estrangeira, normalmente norte-americana ou britânica. O inglês se constitui não em objeto de estudo, mas sim em instrumento de comunicação e estudo, diariamente. Inglês ou português são usado em sala de aula dependendo do professor da matéria. A participação de uma porcentagem significativa de professores, bem como de alunos falantes nativos de inglês, garante um perfeito ambiente de convívio bicultural. A coexistência paralela das duas línguas e das duas culturas desenvolve na criança, além de plena proficiência em ambas, a difícil habilidade de equacionar os contrastes lingüísticos e os diferentes valores culturais.
Infelizmente as escolas internacionais têm um custo muito elevado. As mais baratas custam de US$4.800 a US$7.400 por ano, além de uma dotação inicial de US$2.000 por aluno. O custo anual das mais caras varia de US$12.800 a US$16.700, com uma contribuição inicial de US$5.000 por aluno.Outro exemplo de ambiente de língua e cultura estrangeira no Brasil é a escola patrocinadora deste site.
Em São Paulo existe mais um exemplo curioso de ambiente de língua e cultura estrangeira: o English Club Brazil - um grupo de pessoas falantes nativas de inglês e brasileiros também falantes de inglês que reúnem-se informalmente no Finnegan's Pub, um bar em Pinheiros, na cidade de São Paulo. Também agora em Porto Alegre, tem um bar nos mesmos moldes, chamado Start Talk Café, localizado na Rua Maryland 1587 (fone 3388-4535 - email cafe*starttalkingcafe.com) e outro chamado Music Hall, na Vasco da Gama, 651 (fone 3333-3411).
Atenciosamente, Ricardo - EMB
Prezada Junia,
A assimilação ocorre de forma semelhante ao caso tão conhecido de adolescentes ou jovens adultos que vão a um país estrangeiro sem noções do idioma e que, como resultado dessa imersão no ambiente de língua e cultura estrangeira, na absoluta ausência de sua língua materna, acabam por assimilar a língua e a cultura do país como fruto do convívio humano.
Sem dúvida, aulas (ou ambientes de assimilação natural) devem ser dadas na língua-alvo. Isto porque a função do professor (ou facilitador) não é transmitir conhecimento ou informações, mas sim criar o ambiente e construir um relacionamento com cada aluno, explorando o plano psicológico destes relacionamentos.Por isso a importância do facilitador ser um representante autêntico da língua e da cultura estrangeira, dos grupos serem pequenos para que a língua nativa dos aprendizes não prevaleça, e serem homogêneos em aspectos psicológicos como idade, interesses e personalidades.
Atenciosamente, Ricardo - EMB
Prezada Leilane,
O que vc está fazendo é perfeitamente válido. O fator principal de seu êxito, entretanto, não é o método, mas sim sua motivação. Você deve continuar, mas não se esqueça de que línguas são fundamentalmente fenômenos orais, pouco dependem de conhecimento, e sim de habilidades desenvolvidas em situações reais de convívio humano em ambientes de cultura estrangeira autênticos. É isso que vc deve procurar daqui para a frente.Atenciosamente, Ricardo - EMB
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